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Emigration and social inclusion in Cape Verde and Canary Islands. Historical analysis towards identity building in contact areas Descrição

A actual crise migratória suscitou entre a comunidade internacional um importante debate em torno das estratégias políticas para o controle de fronteiras e a ordem desses fluxos. As medidas a serem adoptadas para favorecer a inclusão social devem ser acompanhadas de uma redefinição do conceito tradicional de fronteira e reconhecer as
pessoas que flexibilizaram esses espaços. O projeto estudará a «agência» de comunidades historicamente invisíveis que actuaram nas áreas de contacto Sul-Norte, a fim de identificar os elementos de um modelo social de fronteira e as derivações culturais dessa combinação.

Objectivos

Este projeto parte da hipótese de que nas sociedades tradicionais de contato o termo fronteira foi marcado por um caráter fundamentalmente social e inclusivo, portanto, estudar esse conceito em uma comunidade permeável permitirá que o projeto compreenda o desenvolvimento das identidades atuais e proponha novas abordagens. facilitar a inclusão social nos atuais territórios fronteiriços. O projeto Abordará esta ideia analisando os processos migratórios históricos e os procedimentos de integração social nas Ilhas Canárias e Cabo Verde, espaços tradicionais de fronteira, com fortes laços históricos e vinculados às sociedades africanas na costa atlântica. Para resolver esse problema, o projeto está estruturado em quatro objetivos:

1) Examinar os elementos característicos de cada grupo social. Além das comunidades nacionais, o projeto está interessado em analisar os processos históricos inclusivos para tornar visíveis outros grupos: africanos, americanos, novos cristãos, escravos, .... Além disso, pretende aumentar o valor da mulher como um componente indispensável ao processo migratório. Essa abordagem nos permitirá reconstruir a organização social e a classificação de identidade na ilha a partir de diferentes comunidades. Bem como os relacionamentos e conflitos internos na sociedade formadora.

2) Organizar os elementos estratégicos que tornaram essas ilhas um espaço de apoio nas relações atlânticas. Para conhecer a motivação que desencadeou mobilidades humanas em direção às ilhas, o projeto colaborará com outros projetos que abordam conflitos internacionais, dinâmicas nacionais e determinações sociais atuais com o objetivo de entender o impacto desses fatos na estrutura social dos arquipélagos.

3) Conhecer as linhas culturais e ideológicas contribuídas por esses grupos humanos para a sociedade anfitriã. O projeto opta por uma abordagem transcultural e transfronteiriça que nos permita prever transferências técnicas e ideológicas dessas mobilidades sociais e econômicas.

4) Descobrir a relação entre o discurso institucional sobre essas mobilidades e os interesses dos ilhéus. Em contraste com as construções nacionais, o projeto sugere examinar as estruturas comunicativas criadas para a sobrevivência em uma região permeável e como essas estratégias locais afetaram a ordem legal estabelecida.

Para conhecer o histórico dos atuais movimentos migratórios Sul-Norte, o projeto remonta aos séculos XVI e XVII, período de consolidação do espaço atlântico. Cronologicamente, esta investigação começa a partir do ano de 1592, quando a coroa portuguesa concedeu aos madeirenses a capacidade de intervir no comércio atlântico de escravos de Cabo Verde. A partir desse momento, essas ilhas se tornaram uma plataforma transcontinental estratégica. Termina em 1663, quando a Lei de Grampos Inglesa foi aprovada, proibindo o comércio direto entre as Ilhas Canárias e as Colônias Britânicas, enquanto as exportações das ilhas portuguesas eram incentivadas. Como resultado, os itinerários de migração do Atlântico foram reformulados.

Resultados esperados:

1) Divulgação científica.
2) Colaboração multidisciplinar.
3) Ciência para a sociedade.
4) Retorno à sociedade.
5) Contribuição para a África.

Início: 2018

Duração: 79 meses

Investigador Principal: Javier Luis Álvarez Santos (CHAM)


Instituições
Entidade(s) Financiadora(s)
- Fundação para a Ciência e a Tecnologia

Unidade de Investigação Principal
- CHAM — Centro de Humanidades / Faculdade de Ciências Sociais e Humanas/Universidade Nova de Lisboa | Universidade dos Açores

Instituição Coordenadora
- Faculdade de Ciências Sociais e Humanas / Universidade Nova de Lisboa