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Redes técnico-científicas na formação do ambiente construído no Império português (1647-1871) (TechNetEMPIRE)  Descrição

A Aula de de Fortificação e Arquitectura Militar, foi criada em Lisboa em 1647, logo após a restauração da independência. Seguiram-se a abertura de várias Aulas e Escolas em Portugal e nas suas provincias ultramarinas, um ciclo que terminaria em 1871 com o fecho da Escola Mathemática e Militar em Goa, na India. Partindo das instituições administrativas e de ensino relacionadas com a construção do ambiente construido através do Império Português, o objectivo deste projecto é olhar para os agentes do dispositivo colonial, através do tempo e de geografias e entender como foram criadas redes de tecnociência através do império e moldadas às circuntâncias e aos interesses locais e vice-versa. 

Focando-se em como estas redes foram criadas e se foram transformando seguiremos circuitos de expertise, padrões e agentes de dessiminação e circulação de tecnociência, observando a mudança de papel de Portugal e do Império Português num mundo cada vez mais interligado. 

Consultores:

  • Walter Rossa Ferreira Silva, CES, Universidade de Coimbra
  • Maria Paula Pires dos Santos Diogo, CIUHCT, Universidade Nova de Lisboa e Universidade de Lisboa
  • Matteo Valleriani, Max Planck Institute for the History of Science
  • Beatriz Piccolotto Siqueira Bueno, FAU, Universidade de São Paulo

 

Objectivos

Depois da restauração da independência, a Aula de Fortificação e Arquitectura Militar foi criada em Lisboa, em 1647. Várias classes e escolas seguiram-se em Portugal e nos seus territórios ultramarinos, um ciclo que terminaria em 1871, quando a Escola Mathemática e Militar, na Índia Portuguesa foi fechada.  Partindo de duas principais fontes bibliográficas do século XIX que nunca foram actualizados e que são até hoje recursos indispensáveis: José Silvestre Ribeiro, Historia Dos Estabelecimentos Scientificos Litterarios e Artisticos de Portugal nos Sucessivos Reinados da Monarquia [Rib1872] e Francisco Sousa Viterbo, Dicionário Histórico e Documental dos Arquitectos, Engenheiros e Construtores Portugueses [Vit1899], este projecto irá actualizar estas obras conceptualmente e metodologicamente. A intenção é olhar para os agentes do dispositivo colonial – especialistas e instituições - através do tempo e do espaço para entender como é que eles criaram e formaram redes da tecnociência em todo o Império Português. Importa também perceber como estas redes mudaram (ou não) ao longo do tempo ou das diferentes geografias. 

 

Seguindo os fluxos de conhecimento ao longo do tempo e observando os padrões e agentes na disseminação e circulação da tecnociência, estaremos a olhar para um mundo cada vez mais global. Importa considerar o papel de Portugal e do Império Português, neste processo de mudança e transformação em um mundo cada vez mais interconectado. A dimensão geográfica alargada da expansão implicou um mecanismo pragmático de desdobramento da actuação e da formação de agentes que foi precocemente adoptado para os engenheiros militares. Essa premissa básica da escola portuguesa de engenharia militar, que se desenvolveu concomitantemente em várias partes do globo, é um dado há muito reconhecido. Contudo a percepção efectiva do conjunto das relações internas entre os agentes e os próprios meios de formação em cada local está por ser feita. A intenção do projeto é colmatar esta falta investindo não apenas na actualização das informações relativas à actuação e formação destes agentes ao longo do tempo, mas sobretudo, na criação de uma efectiva base de dados relacional onde estas informações possam ser tratadas e analisadas qualitativa e quantitativamente nos seus diversos aspectos. 

 

Um dos objetivos do projecto é desenvolver e disponibilizar esta base de dados numa plataforma de livre acesso, que visa, por um lado, dar apoio à investigação científica em diversas áreas e, por outro, servir a comunidade, através da disponibilização on-line de um instrumento que reúne e atua como mediador de informação que faz parte da herança cultural colectiva.

Início: 2018

Duração: 36 meses

Investigador Principal: Alice Santiago Faria (CHAM) / Renata Malcher de Araujo (CHAM)


Instituições
Entidade(s) Financiadora(s)
- Fundação para a Ciência e a Tecnologia

Unidade de Investigação Principal
- CHAM — Centro de Humanidades / Faculdade de Ciências Sociais e Humanas/Universidade Nova de Lisboa | Universidade dos Açores

Instituição Coordenadora
- Faculdade de Ciências Sociais e Humanas / Universidade Nova de Lisboa

Parcerias
- Instituto de Engenharia Electrónica e Telemática de Aveiro / Universidade de Aveiro
- Laboratório de Paisagens, Património e Território / Universidade do Minho
- Universidade de Aveiro
- Universidade do Minho


Ligações